O MotoGP está indo na direção certa para o futuro? Muitos estão se perguntando sobre isso. São vários os aspectos que têm estado no centro da discussão nos últimos anos. A Dorna Sports quer tentar fazer crescer este desporto, mesmo à custa de talvez tomar decisões “impopulares”.
Corrida de sprint, segurança e penalidades
O tema mais recente é o da corrida de velocidade, que Carmelo Ezpeleta disse querer copiar da F1 para tornar o Grande Prêmio ainda mais interessante e espetacular. O objetivo é atrair mais público nos finais de semana. Este formato não foi bem recebido por todos. Alguém, por exemplo o Fabio Quartararo, contestou explicando que agora há mais riscos para os pilotos. Na corrida curta todos empurram desde o início, não há muito o que administrar e, portanto, pode se tornar mais perigoso.
Já vimos acidentes e contatos nos dois primeiros GPs, não só nos sprints, com discussões relacionadas. Alguns pilotos sofreram penalidades e outros não. Esse é outro tema de debate, porque às vezes a linha do Stewards Panel não é compreendida. O próprio Quartararo reclamou no domingo após Nakagami tocá-lo e terminar na última posição.
Stefan Bradl comenta o MotoGP de hoje
Stefan Bradl é um veterano do campeonato mundial e, mesmo que tenha sido “apenas” um piloto de testes da Honda durante anos e competido apenas algumas corridas, ele tem uma visão clara da situação: “Os mordomos têm uma tarefa difícil – relata Speedweek – e às vezes é exagerado que cada pequena coisa esteja sob investigação. Quando você pune e quando não? Às vezes não entendo o sistema de penalidades. Não há regulamentação precisa. Só no interrogatório de quinta-feira são indicadas as sanções a aplicar por condução irresponsável. Se você deixar todo mundo dirigir como quiser, haverá mais acidentes. Na qualificação e no sprint, todos correm 110% de risco“.
Bradl acredita que é complicado para os pilotos conseguirem continuar assim e explica o motivo: “Você deve tentar manter a trajetória perfeita, prestar atenção e ativar seus dispositivos no momento correto. Em algum momento, a capacidade humana atinge seu limite e ocorrem colisões. Nós, pilotos, não temos margem para erro. Atingimos o limite humano neste esporte. É hora de reduzir um pouco o MotoGP“.
O MotoGP mudará no futuro?
O piloto de testes da Honda disse algumas coisas certas. Teremos de ver se a Dorna e a FIM decidem fazer novas alterações ao MotoGP, talvez em consulta com as equipas e pilotos em vez de sempre ou quase sempre apresentar-lhes um facto consumado sem muita consulta.
Um dos temas mais polêmicos sobre os quais é necessária uma discussão entre todas as partes é o do desenvolvimento tecnológico das motocicletas. Muitos contestam a presença de muita tecnologia, aspecto que aumenta tanto os custos quanto os riscos em termos de segurança, pois os protótipos são sempre mais rápidos. Chegará o momento em que todos terão que chegar a um acordo para o futuro do MotoGP.
Foto: Instagram @stefanbradl6