Malabrocca se aposenta, mas poucos acreditam nisso. Sanzio Raffaelli certamente continuará frequentando o paddock e o box do Sic58, se não como treinador, certamente como amigo. Paolo Simoncelli deu-lhe uma réplica do capacete para agradecer o que fez ao longo dos anos, primeiro como mecânico de Marco e depois como membro do staff da equipa.
“Se acontecer, volto a fazer alguma coisa porque a paixão está sempre presente e é muito forte – diz Sanzio Raffaelli – Mas estou me aposentando. Trabalhei com o Marco, ganhei o Mundial de 125cc com o Emilio Alzamora, participei como mecânico da vitória do Chaz Davies no Mundial de Supersport 600. Já fiz muito, agora é hora de desacelerar um pouco”.
Quando você conheceu Marco Simoncelli?
“Quando trabalhei no campeonato mundial de MotoGP com a equipe Matteoni Racing. Frequentava a oficina de Matteoni e era um menino educado e muito generoso, como a mãe. Mas ele também era mal-humorado e determinado como seu pai. O mecânico que seguia o SIC no Europeu foi embora e o Matteoni disse-me que tinha de seguir o Simoncelli no Europeu. Assim nasceu uma bela colaboração entre mim e o Marco, mas acima de tudo uma profunda amizade”.
Contigo ganhou, aliás, dominou o Europeu.
“Começou o Europeu comigo e, não sei porquê, começou a ganhar. Ele venceu todos e assim levou o título. Em 2002, ele também marcou seus primeiros pontos no Campeonato Mundial. Ainda me lembro daquele dia em Portugal, no Estoril, debaixo de chuva torrencial. Marco não queria ir embora. Eu tentei convencê-lo. Vai Marcos, vai! Ele começou por trás, mas foi forte, cada vez mais rápido. Os outros pilotos caíram e ele estava lá correndo naquela pista muito molhada. Ele terminou em 13º e assim somou seus primeiros pontos no Campeonato Mundial. É uma das muitas lembranças que ficam no meu coração”.
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